🕐 September 25, 2012
A Bienal de Veneza deste ano, um dos eventos mais importantes do mundo para a arte contemporânea, teatro, arquitetura, música e cinema, tem um um pavilhão brasileiro. Dentro do pavilhão, um dos destaques é o Studio MK27, que traz de volta a instalação “Riposatevi”, de 1964, projetada por Lúcio Costa (1902-1998). A instalação ainda vai contar com a exibição de um curta chamado “Peep”, de Lea Van Steen e Marcio Kogan (arquiteto e diretor de cinema, responsável pelo MK27). O filme tem um olhar intimista sobre uma família que vive em um espaço que representa a arquitetura moderna brasileira, desenvolvido pelo Studio MK27 em São Paulo.
Com curadoria de Lauro Cavalcanti, o pavilhão brasileiro vai investigar as interseções entre o tradicional e o contemporâneo nas tendências artísticas e terá lugar entre 29 de agosto e 25 de novembro nos edifícios Giardini e Arsenale, em Veneza.
Costa foi um planejador de renome que concebeu Brasília, com os edifícios públicos projetados por Oscar Niemeyer. Ele foi um dos ideólogos do núcleo do modernismo brasileiro e autor de algumas das obras-primas da arquitetura moderna brasileira. Marcio Kogan, arquiteto e diretor de cinema, destaca-se no cenário contemporâneo, com grandes projetos no Brasil e no exterior.
“Riposatevi” (do italiano “repousa-te”) é um projeto que foi apresentado pela primeira vez na Trienal de Milão em 1964, que teve como tema o lazer, e neste ano volta com curadoria de Lauro Cavalcanti.
Em 1964, a maioria dos países apresentaram diferentes formas de passar o tempo, com ênfase em atividades dinâmicas. O pavilhão brasileiro, porém, convidou os espectadores a descansar em uma das muitas redes, cercadas por violões que os visitantes foram autorizados a utilizar. Quatro anos após, quando aconteceu a inauguração de Brasília, na instalação foi exibido o aviso: “As mesmas pessoas que descansam em redes podem, sempre que necessário, construir uma nova capital no prazo de três anos.”
A reapresentação de “Riposatevi” em Veneza é uma oportunidade para os espectadores contemporâneos familiarizarem-se com uma peça essencial do modernismo visual brasileiro.