🕐 June 4, 2013
Nos estratos mais altos da hierarquia da arte, é comum que colecionadores influentes exerçam grande poder sobre os artistas. Bem relacionados e, por vezes, mais bem informados que muitos galeristas e curadores, seus gostos e desgostos, seus caprichos e, claro, seus interesses financeiros geram o sucesso ou a derrocada de artistas diariamente, além de garantirem a sobrevivência financeira do mercado artístico. Mas que graça terá a arte se ela estiver destinada a ser vista, apreciada e adquirida por apenas algumas (poucas) pessoas? Fique a conhecer as melhores galerias de arte contemporânea em São Paulo para visitar durante a Casa Cor 2013.
O circuito de arte de São Paulo acaba de ganhar um presente: uma filial da conceituada galeria londrina White Club, que abriu no bairro Vila Mariana. Quando uma porta se fecha, outra se abre. Para a galeria londrina White Cube, a máxima foi mais do que verdadeira entre 2011 e 2012: ela fechou o endereço original na Hoxton Square, em Londres, e abriu um novo e imenso espaço, de 250 metros quadrados, no distrito de Bermondsey. E, no final de 2012, como resultado de sua longa relação com São Paulo, a White Cube se instalou também por aqui em novíssima sede – sua segunda filial internacional, depois de Hong Kong – com mostra inaugural da artista britânica Tracey Emin.
White Cube R. Agostinho Rodrigues Filho, 550, V. Mariana, 4329-4474. Ter. a sáb., 11h-19h
Walking Gallery
Existem galerias de arte de todo tipo e tamanho, mas elas costumam compartilhar uma característica: ter paredes, geralmente brancas, onde se penduram as obras. A Walking Gallery propõe algo totalmente diferente – um passeio dos artistas pela rua, carregando, e ao mesmo tempo exibindo, as suas próprias obras. Idealizado há três anos pelo arquiteto e artista catalão José Puig, a galeria de arte itinerante iniciou sua caminhada de sucesso em Barcelona e se espalhou pelo mundo. No dia 8 de junho, acontece a oitava edição em São Paulo, como parte da programação da Virada Sustentável.
Uma das galerias mais interessantes da cidade, a Choque Cultural surgiu em 2003 como uma editora, antes de abrir suas portas como galeria de arte em uma casa em Pinheiros. Ela é mais conhecida por sua arte urbana, sendo uma das maiores representantes da cena por aqui. A paixão por gravuras ainda é o ponto forte do lugar. No mês passado, por exemplo, presenciamos a ‘Printshoq’, uma série de mostras e eventos onde conferimos gravuras de artistas do calibre de Samuel Casal e da co-proprietária do lugar, Mariana Martins, que colocaram a mão na massa para mostrar o processo de seus trabalhos. Siga até uma das exposições regulares do lugar espalhadas pelos três andares da casa e, depois, vá até a loja nos fundos e revire as caixas com obras de arte e gravuras a um bom preço.
Choque Cultural R. João Moura, 997, Pinheiros, 3061-4051. Ter. a sáb., 12h-19h
Localizada em Perdizes, atrás do Parque da Água Branca, essa galeria ultraespecializada utiliza até os muros do jardim de passagem entre os ambientes para suas exposições. O espaço também mantém um arquivo com centenas de gravuras organizadas em pastas e gavetas. Não à toa, é ela o cérebro por trás da SP Estampa, um evento anual que reúne gravuras de diversas galerias e ateliês da cidade, além de sediar uma série de cursos e workshops sobre o tema. Procure pelo co-proprietário Eduardo Besen e sua assistente Nina Kreis, artista que também produz as mais delicadas impressões feitas a partir de folhas de metal, para um bate-papo. Acredite: o que eles não sabem sobre impressão provavelmente não vale a pena saber.
Gravura Brasileira R. Dr. Franco da Rocha, 61, Perdizes, 3624-0301. Seg. a sex., 10h-18h; sáb., 11h-13h.
Tem a reputação entre os artistas como uma das melhores para ser representado. Com sua forma inteligente de expor trabalhos, fica difícil não se surpreender com a Vermelho. Confira ainda a loja Tijuana, com objetos de arte, livros de edição limitada e gravuras.
Galeria Vermelho R. Minas Gerais, 350, Higienópolis, 3138-1520. Ter. a sex., 10h-19h; sáb., 11h-17h.
Localizada na Praça Benedicto Calixto, abrigo de uma tradicional feira de antiguidades, a Asterix era uma loja de arte e design que se transformou em apenas “loja de arte”, como ela se define. Parte da missão de democratizar o processo de apreciar e comprar obras, o lugar acabou fazendo das gravuras uma de suas especialidades, desde clássicos como Carlos Cruz-Diez e Marilu Beer a jovens como Kika Levy, Cris Rocha e Nina Kreis.
Arterix Pça. Benedicto Calixto, 103, Pinheiros, 3086-0784. Seg. a sex., 10h-18h; sáb., 10h-18h30.